1948
Poucos locais em Londrina carregam tanta história e simbolismo quanto o Cine Teatro Ouro Verde. Concebido como parte do conjunto comercial "Autolon - Ouro Verde - Calloni", sua construção foi idealizada em 1948 pelos sócios da Autolon (Sociedade Auto Comercial de Londrina), entre eles Celso Garcia Cid, Ângelo Pesarini e Jordão Santoro. O cinema, além de um espaço de entretenimento, fazia parte de uma estratégia comercial inovadora: a venda de automóveis estava diretamente ligada à popularização do cinema, atraindo novos clientes à concessionária.
Foi Santoro quem sugeriu a criação de um cinema que fosse referência em sofisticação, estabelecendo um novo padrão para as salas de exibição na cidade. O projeto era ambicioso: um espaço para 1.500 espectadores, com tecnologia avançada para a época e uma estrutura que não poupou detalhes luxuosos. As poltronas foram revestidas de couro, as rampas eram atapetadas, os pisos incluíam granito e mármore carrara, e as cortinas de veludo italiano completavam a grandiosidade do ambiente. Além disso, o cinema contava com ar-condicionado, tela de projeção de vidro e um gerador próprio, garantindo conforto e qualidade nas exibições.
A construção, porém, foi um processo lento, já que a prioridade era a finalização do Edifício Autolon. Durante esse período, a obra permaneceu escondida por um grande tapume, alimentando a curiosidade da população londrinense. Quando finalmente foi revelado, o Cine Ouro Verde impactou o cenário cultural local, forçando a modernização das demais salas de cinema da cidade.
Além do entretenimento, o Ouro Verde tornou-se um palco de eventos culturais e encontros sociais, consolidando-se como um espaço de referência para Londrina. No entanto, em 2012, um incêndio destruiu grande parte da estrutura, deixando a cidade órfã de um de seus patrimônios mais icônicos. Felizmente, após um longo processo de restauração, o edifício foi reaberto em 2018, reafirmando sua importância como um centro cultural essencial para Londrina.
Fontes: Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Projeto Conhecer Londrina / Acervo Londrina Histórica.
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