Quando os paralelepípedos começaram a ser assentados nas ruas de Londrina, no início da década de 1940, a cidade estava diante de um dos mais significativos avanços de sua história. A pavimentação não era apenas uma melhoria na infraestrutura, era um símbolo do amadurecimento urbano e econômico de um município que crescia em ritmo acelerado.

A fotografia captura um desses momentos históricos, mostrando o início das obras de calçamento da avenida Rio de Janeiro, no trecho ao lado da praça Rocha Pombo. No fundo da imagem, aparecem vagões de trem, ressaltando a importância do transporte para o desenvolvimento da cidade. Com ruas pavimentadas, o fluxo de mercadorias e passageiros ganhava maior eficiência, conectando Londrina ao restante do país.

O calçamento também tinha um impacto direto no comércio local. Antes, os comerciantes sofriam com a poeira fina que cobria mercadorias e móveis e com o barro que tornava as lojas praticamente inacessíveis nos períodos de chuva. Com as ruas pavimentadas, o cenário mudava: os produtos podiam ser expostos sem medo da sujeira, e o movimento de clientes aumentava, fortalecendo a economia da cidade.

A urbanização, contudo, não foi um processo imediato. O período da Segunda Guerra Mundial trouxe dificuldades econômicas e escassez de materiais, atrasando obras e tornando a pavimentação um desafio ainda maior. Mas a pressão popular e a organização de comerciantes e moradores fizeram com que a pavimentação seguisse adiante, ainda que de forma lenta e gradual.

Atualmente, no centro de Londrina, a rua Maestro Egídio Camargo do Amaral ainda mantém esse traço do passado. Ali, entre os totens dos pioneiros, a história de um tempo em que a cidade trocava o pó e a lama pela modernidade segue viva, lembrando aos londrinenses do esforço coletivo que moldou a cidade.

Fontes: Boni, Paulo César; Unfried, Rosana Reineri. Memórias Fotográficas. Londrina: Eduel, 2012. / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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