Na Londrina do início dos anos 1940, um passeio pela avenida Paraná era quase um ritual diário para muitos moradores de Londrina. Mais do que uma via comercial, esse trecho específico, entre as atuais avenidas São Paulo e Rio de Janeiro, era o grande ponto de encontro da cidade, um espaço onde negócios eram fechados, amizades fortalecidas e, muitas vezes, histórias de amor tinham seus primeiros momentos.

A fotografia capturada nesse período, quando a cidade ainda não contava com o calçamento das ruas, nos transporta para uma época de crescimento acelerado e efervescência urbana. O Banco do Brasil, inaugurado em 04 de março de 1940, destaca-se como uma das primeiras instituições bancárias da cidade, simbolizando a consolidação econômica de Londrina. Ao seu lado, estabelecimentos icônicos marcavam a paisagem: a Farmácia Maria Izabel, a disputada Sorveteria Curitiba, a tradicional Casa Castro e, na esquina com a avenida Rio de Janeiro, a já consolidada Casas Pernambucanas, que havia se instalado na cidade ainda em 1935 e permanece no mesmo local até hoje.

O movimento intenso aos fins de semana levou a prefeitura a tomar uma decisão inusitada para a época: em 1938, proibiu o trânsito de charretes, carroças, carros, caminhões e até tratores nesse trecho da avenida aos domingos e feriados. A ideia era transformar o local em um verdadeiro boulevard, onde pedestres pudessem circular livremente, jovens pudessem se encontrar e casais flertassem sob a luz de postes recém-instalados.

Os londrinenses chamavam esse costume de "footing", uma tradição importada das grandes cidades, na qual caminhar sem pressa pelo centro não era apenas um lazer, mas um evento social. Era ali que os jovens, vestidos com seus melhores trajes, desfilavam sob olhares atentos, iniciando romances que muitas vezes culminavam em casamentos.

Fontes: Boni, Paulo César; Unfried, Rosana Reineri. Memórias Fotográficas. Londrina: Eduel, 2012. / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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