Santa Casa de Londrina: a conquista de uma comunidade

1944


A inauguração da Santa Casa de Londrina, em 7 de setembro de 1944, foi muito mais do que a abertura de um hospital. Representou o desfecho de quase uma década de mobilização e articulações entre lideranças comunitárias, médicas e empresariais, além de superar desafios políticos e econômicos impostos pelo contexto da época.

A ideia de um hospital de grande porte surgiu ainda na década de 1930, quando o crescimento acelerado da cidade evidenciou a precariedade dos serviços médicos. Até então, Londrina contava apenas com o Hospitalzinho, construído em madeira, mantido pela Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP), que atendia prioritariamente seus funcionários e as poucas pessoas que podiam pagar pelo atendimento.

A população, instigada pelo jornal Paraná-Norte, participou ativamente das campanhas para angariar fundos, promovendo eventos beneficentes e sorteios. No entanto, um impasse inicial dificultava o avanço do projeto: os médicos londrinenses temiam que o controle do hospital ficasse nas mãos da CTNP, assim como ocorria com o Hospitalzinho. Para resolver essa resistência, um pacto foi firmado em 1939 entre representantes da classe médica, da CTNP e da sociedade civil, garantindo que a administração do hospital ficaria sob responsabilidade de uma irmandade.

Mesmo com esse acordo, novos obstáculos surgiram. O Poder Público, que inicialmente apoiava a iniciativa, direcionou recursos para a segurança pública diante do aumento da criminalidade na região. Além disso, a Segunda Guerra Mundial trouxe escassez de insumos médicos e hospitalares.

Enquanto o prédio não ficava pronto, algumas estruturas organizacionais foram criadas, como a Irmandade da Santa Casa de Londrina (ISCAL) e a Associação Médica de Londrina (AML), fundada em 1941 para organizar e defender os interesses dos profissionais da área.

Quando finalmente inaugurado, o hospital não recebeu o nome inicialmente previsto – Hospital de Londrina –, mas sim Santa Casa de Londrina, reforçando sua ligação com a tradição das santas casas no Brasil.

Fontes: Acervo Folha de Londrina / Boni, Paulo César; Unfried, Rosana Reineri. Memórias Fotográficas. Londrina: Eduel, 2012. / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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