Em 1959, quando Londrina celebrou seu Jubileu de Prata, a cidade ganhou um presente artístico e histórico que simbolizava seu impressionante crescimento urbano. No Paço Municipal, localizado na esquina das ruas Santa Catarina e Minas Gerais, foi instalado um painel de azulejos que retratava duas Londrinas: uma de 1934, quando a cidade foi elevada a município, e outra de 1959, já repleta de arranha-céus.

A composição visual do painel, mais do que um elemento decorativo, era um testemunho vivo da rápida transformação de Londrina. A comparação entre as imagens mostrava a cidade nascida no meio da mata e, em apenas 25 anos, convertida em um centro urbano efervescente, impulsionado pelo ciclo do café e pelo desenvolvimento econômico do Norte do Paraná. Para protegê-lo de depredações, uma cerca viva foi plantada ao redor, tornando-se uma atração para moradores e visitantes que se impressionavam com o contraste das épocas.

Entretanto, o destino do painel foi ameaçado com a demolição do antigo Paço Municipal, na década de 1980. O prédio, que já havia abrigado a prefeitura e a câmara de vereadores, foi vendido, e seu emblemático painel acabou despedaçado em cacos.

O que poderia ter sido uma perda irreparável foi salvo pelo empenho de professores e estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Em um verdadeiro trabalho de arqueologia urbana, os fragmentos do painel foram recuperados e remontados como um grande quebra-cabeça. Após o processo de restauração, a obra foi reinstalada no Calçadão da Universidade Estadual de Londrina, garantindo que esse pedaço da história da cidade permaneça acessível ao público.

Fontes: Inventário de Monumentos, M38, Plano Diretor do Patrimônio Histórico-Cultural de Londrina / Boni, Paulo César; Unfried, Rosana Reineri. Memórias Fotográficas. Londrina: Eduel, 2012. / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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