Nos primórdios da urbanização de Londrina, quando ruas estreitas e terrenos irregulares ainda dominavam a paisagem, um projeto ousado começou a tomar forma. A avenida Higienópolis, idealizada nos anos 1930, não foi apenas mais uma via a ser aberta, mas um reflexo direto da influência paulista sobre a jovem cidade. Inspirada no aristocrático bairro de Higienópolis, em São Paulo, a avenida londrinense foi desenhada para ser um símbolo de modernidade, status e sofisticação.

A iniciativa para sua criação partiu de Arthur Thomas, diretor-presidente da Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP), que cedeu à insistência do russo Eugênio Victor Larionoff e de George Craig Smith, ambos também diretores da CTNP. Defensores da necessidade de uma via larga e arborizada, Larionoff e Smith convenceram Thomas de que Londrina precisava de um espaço planejado para as elites que chegavam à cidade.

A localização escolhida também não foi um mero acaso: o ponto mais alto de Londrina, garantindo ventilação e afastamento de focos de doenças, justificando assim o nome Higienópolis. A primeira residência da avenida foi construída em 1936 por Larionoff, seguindo os modelos arquitetônicos paulistanos. Desde então, a avenida tornou-se um local de desejo para as famílias mais abastadas.

Logo nos primeiros anos, metade dos lotes das primeiras quadras estavam ocupados por construções das famílias Garcia, Rottmann, Rambousek e Jacintho, entre outras. Não era permitida a construção de casas de madeira, um regulamento que reforçava o caráter exclusivo da avenida – ironicamente, num momento em que até os prédios públicos da cidade ainda eram de madeira.

Fontes: Mesquita Zangirolani, Ana Cláudia Gimenez. A avenida Higienópolis de Londrina nos anos 30 e 40. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. / Boni, Paulo César; Unfried, Rosana Reineri. Memórias Fotográficas. Londrina: Eduel, 2012. / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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