João Trindade Pereira: o visionário da Mirex e sua jornada no comércio londrinense

1960


A trajetória de João Trindade Pereira é um reflexo da própria história de Londrina: marcada por desafios, crescimento e reinvenção. Nascido em Mira d’Aire, Portugal, ele começou a trabalhar ainda adolescente na Fábrica de Malhas Mirex, sem imaginar que esse nome se tornaria um ícone do comércio paranaense. Aos 16 anos, em busca de melhores oportunidades, emigrou com a família para o Brasil, estabelecendo-se inicialmente em São Pedro do Ivaí, antes de fixar residência na jovem Londrina, então em pleno desenvolvimento.

Em uma cidade onde a economia girava quase exclusivamente em torno do café, João encontrou no comércio seu caminho. Trabalhou em diversos estabelecimentos, até ingressar na antiga Lojas Brasileiras, onde começou como auxiliar de serviços gerais e saiu, oito anos depois, como subgerente. Foi nessa experiência que aprendeu sobre negócios e decidiu empreender. Inspirado na fábrica portuguesa onde trabalhou na juventude, iniciou a produção de malhas na garagem do sogro, fundando a marca Mirex.

Com o apoio de sua noiva, Maria Helena Guerra Pereira, abriu a primeira loja na esquina das ruas Minas Gerais e Sergipe. Antes mesmo da inauguração, enfrentou um revés: um assalto levou toda a mercadoria. No entanto, a resiliência o fez superar a dificuldade e, em pouco tempo, a Mirex cresceu, tornando-se referência em moda infantil e enxoval para gestantes. No auge, o grupo contava com 12 lojas na região e expandiu suas operações com a Londrimalhas, que empregava cerca de 2 mil funcionários e abastecia 18 lojas em todo o Brasil.

Entretanto, as mudanças na economia e no varejo impactaram o negócio. A Mirex encerrou suas atividades em 2000, poucos anos após a administração ser transferida para seus filhos. Sem se abater, João Trindade Pereira recomeçou. Utilizando sua experiência na confecção de roupas infantis, criou a fábrica Gbaby, iniciando a produção no porão do prédio que havia construído para sua família. Ele faleceu em 2018.

Fontes: Acervo Folha de Londrina / Acervo Londrina Histórica.

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