Em meio à modesta estrutura do Hospitalzinho dos Indigentes, um nome se destacava entre os pacientes e colaboradores: Herna, a única enfermeira do local. Embora seu sobrenome tenha se perdido no tempo, sua dedicação e compaixão ficaram na memória daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la. Apelidada de “anjo”, ela era a personificação do cuidado, oferecendo conforto aos pacientes mais vulneráveis em um cenário de poucos recursos.

Herna enfrentava diariamente os desafios de uma casa de saúde improvisada, com apenas quatro cômodos e um fluxo constante de pacientes. Suas tarefas eram tão abrangentes quanto essenciais: desde curativos e administração de medicamentos até o acolhimento de pacientes com doenças graves e contagiosas, como tuberculose e hanseníase. A falta de condições ideais nunca foi um obstáculo para sua dedicação. Herna era a primeira a receber os doentes e a última a sair do hospital, muitas vezes ultrapassando seus limites físicos e emocionais.

Sua figura tornou-se indispensável para o médico Gabriel Martins, que confiava plenamente em sua habilidade e dedicação. Juntos, formaram uma equipe que ia além da medicina: ofereciam dignidade a quem mais precisava. Herna confortava, ouvia e humanizava o atendimento em um ambiente onde a escassez era a regra.

Embora poucos registros formais tenham sobrevivido, os relatos sobre seu trabalho revelam um legado de amor ao próximo. Em uma cidade ainda em formação e carente de serviços médicos estruturados, ela ajudou a escrever um capítulo fundamental da história da saúde em Londrina.

Fontes: Herman Iark Oberdiek, “Serviços médicos em Londrina (1933 a 1971): Responsabilidade e compromisso”. Eduel, 2011 / Jolinda de Moraes Alves, “Assistência aos pobres em Londrina: 1940/1980”. Eduel, 2013. / Acervo Folha de Londrina / Acervo Londrina Histórica.

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