O casal Bonifácio e Silva e a construção da Santa Casa de Londrina

1944


Nos anos 1930, quando Londrina ainda era uma cidade em formação, a saúde pública enfrentava desafios monumentais. Foi nesse contexto que José Bonifácio e Silva e sua esposa, Evangelina Rodrigues e Silva, desempenharam um papel decisivo na construção da Santa Casa de Londrina. Visionários e movidos pela empatia, o casal não mediu esforços para que a cidade tivesse um hospital capaz de  atender à população mais vulnerável.

Na época, o único hospital existente era mantido pela Companhia de Terras Norte do Paraná, atendendo majoritariamente seus funcionários e poucas pessoas que podiam arcar com os custos. José Bonifácio, comerciante de cereais, costumava ouvir histórias do médico Newton Câmara sobre a falta de assistência médica para pessoas sem recursos. Inspirado por esses relatos, ele decidiu assumir a liderança na construção do hospital, que na época era um projeto paralisado. Evangelina, por sua vez, mobilizou um grupo de mulheres que arrecadavam fundos organizando festas e eventos beneficentes, engajando toda a comunidade na iniciativa e tornando a construção da Santa Casa um projeto coletivo.

A dedicação do casal era inegável. José visitava a construção diariamente, enquanto Evangelina promovia campanhas sociais. Seus filhos, Gladys e Lincoln, também se envolveram, acompanhando as obras que se tornaram um marco para a cidade. Em 1944, o hospital foi inaugurado, trazendo alívio à população carente. Posteriormente, José Bonifácio foi provedor da Santa Casa (1950-51), enquanto sua esposa continuou contribuindo com assistência social, criando um vínculo pessoal com a instituição. A devoção da família Silva foi tamanha que, anos mais tarde, dona Evangelina manifestou o desejo de ser atendida na Santa Casa nos momentos finais de sua vida. Para ela, a Santa Casa era mais do que um hospital; era um símbolo de sua missão comunitária.

O legado do casal não se limita à construção física do hospital, mas se estende à forma como engajaram uma comunidade inteira para lutar pelo bem comum.

Fontes: Acervo Folha de Londrina / Boni, Paulo César; Unfried, Rosana Reineri. Memórias Fotográficas. Londrina: Eduel, 2012. / Acervo Londrina Histórica.

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