1972
No panorama do cinema amador de Londrina, a figura de Raul Zanketi emerge como a de um dedicado artesão da imagem. Nascido em Joaçaba, Santa Catarina, em 1936, mudou-se para Londrina em 1972, trazendo consigo uma paixão pela fotografia e pelo cinema que marcaria sua trajetória profissional.
Inicialmente trabalhando com fotografia, um incidente em 1974 mudaria o rumo de sua carreira: o roubo de suas câmeras fotográficas. Com apenas uma filmadora Super 8 restante, ele decidiu mergulhar de cabeça no mundo do cinema. Sua versatilidade e determinação o levaram a produzir uma vasta gama de trabalhos, desde comerciais e documentários até filmes institucionais e registros de casamentos.
Zanketi tornou-se conhecido por sua habilidade em capturar momentos significativos em eventos sociais. Estima-se que tenha filmado mais de mil casamentos, viajando por todo o Paraná e por estados vizinhos. Sua abordagem era pessoal e cuidadosa, valorizando os detalhes que tornavam cada evento único.
Em 1976, ele expandiu suas habilidades ao adquirir um equipamento 16mm, o que lhe permitiu produzir trabalhos de maior qualidade técnica. Embora tenha realizado principalmente produções comerciais, Zanketi também se aventurou na ficção. Seu filme sobre uma jovem convertida, filmado na Sociedade das Irmãs Claretianas, participou da Mostra de Super 8 em Curitiba em 1978 e foi utilizado pela Igreja Católica em campanhas de conversão.
Um de seus projetos mais notáveis foi a produção de um comercial que registrava um joão-de-barro construindo sua casa. Com paciência e engenhosidade, passou 40 dias no campo, acompanhando o pássaro e descobrindo peculiaridades, como o fato de ele não trabalhar aos domingos - essa história ganhou repercussão nacional.
Além de suas produções, Zanketi contribuiu para o fortalecimento da cena cinematográfica local. Foi um dos fundadores da ALCA (Associação Londrinense dos Cineastas Amadores) e, em 1975, escreveu uma coluna na Folha de Londrina dedicada ao Super 8, compartilhando dicas e técnicas com entusiastas.
Raul Zanketi faleceu, mas seu legado perdura através dos inúmeros registros que deixou e do impacto que teve na comunidade cinematográfica de Londrina. Seu filho, Lauri Zanketi, seguiu seus passos, atuando na produção audiovisual.
Fontes: Cesaro, Caio Julio. "Memória: Produção Cinematográfica em Londrina", 1995. / Revista Taturana, edição de dezembro de 2009. / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.
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