Em uma época em que Londrina ainda dava seus primeiros passos como cidade, um visionário empresário transformou um simples galpão de beneficiamento de arroz em palco para uma revolução cultural. Era 1934 quando Antonio Augusto Caminhoto decidiu que sua máquina de arroz na rua Quintino Bocaiúva seria a primeira sala de cinema da cidade.

A fotografia histórica, que registra esse momento, mostra um grupo de homens em frente ao galpão de madeira típico da arquitetura pioneira do Norte do Paraná. Caminhoto, o terceiro da esquerda para a direita na imagem, representa os empreendedores que ajudaram a construir a cidade. O registro visual captura a rusticidade e o espírito daqueles tempos, com o galpão simples que abrigava tanto a máquina de beneficiar arroz quanto os sonhos cinematográficos dos primeiros londrinenses.

A iniciativa de Caminhoto de projetar filmes mudos naquele espaço foi apenas o começo de uma vitoriosa trajetória no ramo do entretenimento. O que começou como sessões improvisadas na máquina de arroz, evoluiu para o primeiro Cine Londrina, posteriormente renomeado como Cine Avenida.

O espírito inovador de Caminhoto não parou por aí. Quase três décadas depois, em 19 de novembro de 1963, ele revolucionou novamente o cenário cinematográfico brasileiro ao inaugurar o Cine Augustus, primeira sala do país equipada com projeção em 70mm Todd-AO, tecnologia que representava o que havia de mais avançado em projeção cinematográfica na época.

Esta trajetória exemplifica como o desenvolvimento cultural de Londrina esteve intimamente ligado ao espírito empreendedor de seus pioneiros. Do modesto galpão que alternava entre beneficiar arroz e exibir filmes mudos até a sofisticação tecnológica do Cine Augustus, Caminhoto personificou a transformação de uma cidade que crescia rapidamente e ansiava por entretenimento e cultura.

Fontes: Acervo Folha de Londrina / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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