Em 1961, o Paraná foi palco de uma movimentação significativa em prol da reforma agrária e dos direitos dos trabalhadores rurais. A Frente Agrária Paranaense (FAP), liderada por figuras proeminentes da Igreja Católica, destacou-se como um marco na luta por melhores condições de vida no campo. No centro dessa mobilização estava Dom Geraldo Fernandes, Arcebispo de Londrina, cuja liderança e visão estratégica foram fundamentais para o movimento.

Dom Geraldo Fernandes é lembrado como o "mentor intelectual" da FAP. Sua iniciativa e determinação deram o impulso necessário para a formação da frente. Com o apoio dos bispos de Maringá, Dom Jaime Luiz Coelho, e de Jacarezinho, Dom Geraldo de Proença Sigaud, além do empenho das dioceses de Campo Mourão e Jacarezinho, a FAP rapidamente ganhou força e legitimidade.

Entre os principais objetivos da FAP estavam a formação de sindicatos sob orientação cristã, bem como a prestação de assistência educacional, médica, religiosa e moral aos trabalhadores rurais. A FAP também se posicionava contra o 2º Congresso de Lavradores e Trabalhadores Rurais do Paraná, que contou com a presença de Francisco Julião, presidente das Ligas Camponesas de Pernambuco e um dos principais líderes da esquerda do país. Esse confronto de ideologias refletia a tensão política do período e a determinação da FAP em promover uma abordagem baseada nos valores cristãos.

A Igreja Católica desempenhou um papel crucial na FAP, usando sua influência e estrutura para apoiar os manifestantes e promover a causa da reforma agrária. A Frente Agrária Paranaense foi marcada por uma série de manifestações e conflitos que buscavam chamar a atenção das autoridades para a necessidade urgente de mudanças no campo. A pressão exercida pela FAP foi essencial para sensibilizar o governo e a sociedade sobre a precariedade das condições de vida dos trabalhadores rurais. 

Fontes: Acervo Maringá Histórica / PRIORI, A., et al. História do Paraná: séculos XIX e XX [online]. Maringá: Eduem, 2012. A Igreja Católica e a Frente Agrária Paranaense (FAP). pp. 179-198. ISBN 978-85-7628-587-8 / Acervo Londrina Histórica.

Outras publicações: