1936
Aos 20 anos e recém-formada pela Escola Norma Secundária, a jovem professora curitibana Mercedes Martins Madureira chegou a Londrina em 1936, para trabalhar em uma de suas primeiras unidades de ensino, a Escola Isolada, fundada pelo prefeito Willie Davids. Mercedes foi a primeira professora do município.
Foi atraída por uma pequena notícia em jornal sobre a falta de professores em Londrina. Pediu então a nomeação ao Secretário da Educação do Paraná, Gaspar Veloso. Na época, a cidade era apenas um pequeno ponto no mapa, com “futuro imprevisível”, mas com o destino de ser um centro agrícola, que recebia cada vez mais pessoas que vinham cheias de esperança motivadas pela diversidade do plantio e pela qualidade das terras roxas.
Mas, em seu contato inicial com Londrina, deparou-se com um lugar que não passava de uma grande clareira que ela mesmo julgou ser inóspita e insalubre. Sua intenção era ficar apenas seis meses, mas foi mudando de opinião e nunca mais quis voltar. Mercedes considerava o magistério um apostolado e dizia que “a vida de professor é uma vida de emoção”.
Uma sala de madeira com 20 carteiras duplas, uma mesa, cadeira e um armário rústico, com um quadro-negro reduzido, para a classe mista com 40 alunos de 1º, 2º e 3º anos que recebiam aulas ao mesmo tempo. Essa era a estrutura da Escola Isolada, onde Mercedes se apresentou para trabalhar. A escola era localizada onde hoje está o edifício Júlio Fuganti.
Em 1937, a professora começou a lecionar no recém-inaugurado Colégio Hugo Simas, também fundado pelo prefeito Willie Davids. Ela adotou, em classe, o ensino do xadrez e costumava dizer que todo professor deveria levar, a cada dia, uma coisa nova para trabalhar com os alunos.
Ao longo dos anos, Mercedes ocupou diversos cargos na hierarquia da educação na cidade. Foi diretora do Colégio Hugo Simas por 30 anos (de 1941 a 1971), inspetora e delegada regional de ensino.
Sua paixão pela Educação lhe proporcionou ter a sua própria escola. Por nove anos, trabalhou na Escolinha da professora Mercedes. Carregava o orgulho de, em quatro décadas de magistério, nunca ter pedido licença para tratamento de saúde.
Casou-se em 1953 com Aparício Madureira, que era fiscal do Departamento de Edificações do Estado. O casal teve uma filha, Maria Aparecida. Por sua história singular, Mercedes Martins Madureira foi a primeira mulher a receber o título de Cidadã Honorária de Londrina, em 1962. Mercedes faleceu em 30 de dezembro de 1998, aos 83 anos.
Fontes: Ofício Informativo do Núcleo Regional de Educação de Londrina, entrevista em agosto de 1995 / Museu Histórico de Londrina / Acervo Londrina Histórica.
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