1929
Há quase 100 anos, em 1924, o governo brasileiro, conhecendo o interesse dos ingleses em abrir áreas para o cultivo de algodão no exterior, convidou-os para virem ao Brasil. No mesmo ano, a Missão Montagu, chefiada por Lord Lovat, técnico em agricultura e reflorestamento, chegou ao Rio de Janeiro. Como resultado, Lovat formalizou a aquisição de duas glebas de terras no Norte do Paraná para instalar fazendas e máquinas de beneficiamento de algodão, com o apoio da Brazil Plantations Syndicate, de Londres.
No entanto, devido a preços baixos e falta de sementes saudáveis, o empreendimento fracassou e foi necessária uma mudança de planos. Em 1925, inicia-se a história da Companhia de Terras Norte do Paraná, subsidiária da firma inglesa Paraná Plantations Ltd. A nova empresa dá o grande impulso ao processo desenvolvimentista para a região das terras roxas, no Norte do Paraná. O negócio do plantio de algodão transforma-se em empreendimento imobiliário. E a Companhia começa sua atuação concedendo títulos de propriedade da terra aos colonos. A medida reduziu conflitos entre colonos antigos e os recém-chegados à zona colonizada pelos ingleses.
Mas a principal inovação da Companhia de Terras foi a repartição dos terrenos em lotes pequenos, permitindo que trabalhadores sem posses pudessem adquirir a terra com pagamentos adaptados às suas condições. Isso estimulou a produção, a explosão demográfica, a expansão urbana e o surgimento de classes médias rurais. E rendeu à Companhia o “slogan” de “a mais notável obra da colonização que o Brasil já viu”. O projeto também trouxe outras inovações, como propaganda em massa, transporte gratuito para colonos, assistência técnica e financeira, levantamento de toda a área e mapeamento do solo.
No dia 20 de agosto de 1929, o jovem George Craig Smith, paulista, descendente de ingleses, com apenas 20 anos e funcionário da Companhia de Terras Norte do Paraná, inicia uma jornada: liderar uma expedição com 12 homens até o Patrimônio Três Bocas, local das terras da colonizadora. . Além de Smith, que deu nome à Expedição, fizeram parte da caravana os empreiteiros Alberto Loureiro e Joaquim Benedito Barbosa, engenheiro agrimensor Alexandre Rasgulaeff, cozinheiro Erwin Fröelich, topógrafo Spartaco Bambi, agrimensor Kurt Jakowats, peão Geraldo Pereira Maia, além de mais três operários e um guia indígena, cujos nomes se perderam no decorrer dos anos.
No dia seguinte, a expedição alcança o seu objetivo. Chegaram às terras da Companhia, onde Rasgulaeff fincou o Primeiro Marco (local conhecido posteriormente como Marco Zero) da futura cidade de Londrina. Cinco anos depois, a área tornou-se oficialmente município, com sua instalação ocorrendo no dia 10 de dezembro de 1934. O primeiro prefeito foi Joaquim Vicente de Castro, que administrou o Município durante cinco meses, a partir de 12 de dezembro de 1934.
Atualmente, em 21 de agosto, Londrina comemora o Dia do Pioneiro.
Fontes: Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Colonização e desenvolvimento do norte do Paraná. 1975. (Publicação comemorativa do cinquentenário da CMNP) / Acervo Londrina Histórica / Prefeitura Municipal de Londrina / Museu Histórico de Londrina Pe. Carlos Weiss.
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