1962
Renato Melito nasceu em 1918, na capital paulista. Começou a filmar por intuição. Era vocação mesmo, disse ele numa entrevista. Mais tarde passou a trabalhar com o Governador de São Paulo, Adhemar de Barros. O Governador do Paraná, Moysés Lupion, em uma de suas visitas a São Paulo, viu Melito filmando e convidou-o para fazer o mesmo trabalho no Paraná.
Ele foi para Curitiba em 1945. Não se adaptou ao clima frio da capital paranaense. Transferiu-se para Londrina, onde se fixou com a Rilton Filmes, empresa cinematográfica de sua propriedade. Viveu trinta anos na cidade. A primeira câmera que teve para filmar era amarrada com arame. Depois, adquiriu uma Eymo 35mm e por fim, uma Arriflex 35mm, com a qual seria possível filmar até um longa-metragem, segundo o próprio.
Certa vez, Renato Melito contou que ninguém nunca deu valor ao seu trabalho. "Naquela época, só os americanos realmente ganharam dinheiro com cinema no Brasil." Melito passou a sua mocidade fazendo filmes, e foi graças a este ofício que conheceu o Brasil inteiro e parte da América Latina. E, na mesma ocasião, disse com orgulho: "Conheci o meu país com o dinheiro que ganhei fazendo filmes."
Melito foi o único profissional do cinema a atuar em Londrina, na época, e também o único a exercer o cinema de cavação. Ele pagava os custos com o dinheiro que arrecadava da propaganda inserida nos filmes. Contou ter feito mais de cem quilômetros de filmes em 35mm. Chegou a fazer alguma coisa em 16mm, mas a quantia é insignificante comparada ao total produzido em 35mm.
Nas décadas de 1950/60, Renato Melito tinha um cine jornal, chamado "Cine Jornal Rilton Filmes". Filmou até 1971. Nunca fez nada de ficção; só documentários. Fazia tudo praticamente sozinho: direção, roteiro, montagem e produção dos filmes. Fez filmes em branco e preto e colorido. Eram todos curta-metragens, com média de quinze a vinte minutos de duração.
Dentre os seus filmes constam: a posse do Arcebispo D. Geraldo Fernandes em Londrina, as primeiras Exposições Agropecuárias de Londrina, "Jubileu de Prata de Londrina" (1959), "Londrina: A Capital Mundial do Café" (1962), "Londrina: Terra da Promissão" (1969) e muitos outros.
Filmou em Cambé, Ibiporã, Arapongas, Maringá... quase todo o Paraná, inclusive a região de Curitiba. E os filmes eram mostrados nos cinemas das cidades. Enviava os filmes para serem revelados em São Paulo. De São Paulo também eram os seus narradores.
Renato Melito afirmou que Londrina ficou popularizada como "A Capital Mundial do Café" graças ao filme homônimo que fez. Disse que "Londrina já era a capital mundial do café, mas ninguém tinha o costume de chamá-la assim. A partir do filme, o nome se popularizou."
Fontes: “Memória: Produção Cinematográfica em Londrina”, de Caio Julio Cesaro – monografia de conclusão do curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo, Universidade Estadual de Londrina, 1995 / Acervo Londrina Histórica.
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