Kurt Peter Müller foi uma figura complexa e marcante na história inicial de Londrina. Nascido em 10 de março de 1894, Müller chegou a Londrina em 1932, já casado, para trabalhar como médico da Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP). Ele foi responsável pela direção do "Hospitalzinho", um pequeno hospital construído em madeira, crucial para a saúde da população da cidade nascente, localizado na atual alameda Manoel Ribas, onde mais tarde seria construída a sede do Grêmio Literário e Recreativo Londrinense.

Müller morou em um casarão de madeira na avenida Paraná, no local onde atualmente é a praça Willie Davids, em frente ao Cine Teatro Ouro Verde. Ele permaneceu na cidade de 1932 a 1935 e era conhecido por ser uma pessoa reservada e de pouca conversa.

Sua história em Londrina terminou de forma trágica e abrupta quando, em 1935, ele assassinou sua esposa, Magdalene Bergan, e o amante dela, um alemão que trabalhava na construção da estrada de ferro, após supostamente flagrar um encontro entre os dois. Apesar do crime, algumas pessoas que o conheceram o descreviam como uma boa pessoa, que prestou serviços relevantes para a região. No entanto, após o duplo assassinato, Müller fugiu da cidade, foi preso, mas conseguiu escapar da cadeia e retornou para a Alemanha.

Na Alemanha, ele se incorporou ao partido Nazista e ao exército alemão, fazendo carreira na SS (Schutzstaffel, ou tropa de proteção), alcançando o posto de major-general, o quinto na hierarquia do exército alemão, até ser capturado na Rússia, em 1944.

Fontes: Memórias fotográficas: a fotografia e fragmentos da história de Londrina. Paulo César Boni, Rosana Reineri Unfried e Omeletino Benatto. Midiograf, 2013. / Blog Doc.Londrina / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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