1953
O Albergue Noturno, inaugurado em 1953, localizado na rua Araguaia, na Vila Nova, se tornou um refúgio para milhares de viajantes, moradores de rua e idosos ao longo dos anos.
O crescimento acelerado de Londrina trouxe consigo um problema social crescente: a mendicância. Já no final dos anos 1940, a cidade, apesar de seu progresso e prosperidade, confrontava-se com uma realidade de desassistência social. Foi neste contexto que, em agosto de 1949, o vereador Aristeu dos Santos Ribas, percebendo a urgência do problema, propôs a doação de um terreno para a criação de um albergue noturno. Sua proposta refletia uma visão de que o desenvolvimento urbano deveria andar de mãos dadas com a responsabilidade social.
A jornada para a concretização do Albergue Noturno foi longa e desafiadora. Inicialmente, a proposta de Ribas encontrou resistência no Legislativo Municipal. Entretanto, a persistência e a mobilização social foram cruciais. A União Espírita de Londrina (que atualmente tem o nome de Centro Espírita Nosso Lar), desempenhando um papel fundamental, assumiu a responsabilidade pela construção, marcando o início de uma colaboração entre o poder público, organizações civis e a sociedade.
O começo da década de 1950 assistiu ao agravamento do problema da mendicância, levando a uma maior mobilização da sociedade londrinense. A imprensa local e lideranças comunitárias se envolveram ativamente, refletindo um crescente reconhecimento da necessidade de ações sociais inclusivas.
Conforme ata da União Espírita de Londrina, a primeira medida foi tomada na reunião realizada em outubro de 1951, com a criação de quatro comissões de trabalho: executiva, técnica, jurídica e de finanças. Para compor essas comissões foi envolvida toda a sociedade londrinense com colaboração dos órgãos públicos, da Maçonaria da Regeneração IIIª e de lideranças da comunidade.
A comissão executiva, responsável pela coordenação das demais comissões, teve à frente o prefeito Milton Menezes. A comissão técnica foi incumbida da elaboração do projeto de construção e execução da obra. A comissão de finanças era encarregada de angariar fundos. E à comissão jurídica coube principalmente a elaboração dos estatutos sociais. O terreno de 2.000 m2 foi doado por Manoel Lopes Martinez à Federação Espírita do Paraná, em 28 de agosto de 1952, tendo como finalidade a construção do Albergue Noturno.
Como resultado de toda essa movimentação em torno do problema, e sob a liderança do delegado de quem a população local exigia providências, desencadeou-se um processo público que culimou na criação da primeira instituição específica para abrigar mendigos, o Albergue Noturno.
O Albergue, inaugurado em 1953, representou um marco na história social de Londrina. Era dividido em alas masculina e feminina, possuía refeitório, cozinha, sanitários e áreas de espera. Mas o mais significativo era sua filosofia: acolher a todos, sem critérios restritivos, refletindo uma abordagem humanitária e inclusiva. Só era possível permanecer por três dias e três noites na entidade, uma vez que o objetivo era de abrigo temporário.
Os registros históricos mostram que, em 1954, o Albergue Noturno hospedou em média 600 pessoas por mês, número que aumentou significativamente em 1955.
Fontes: Centro Espírita Nosso Lar / Acervo Londrina Histórica.
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