1940
Nas décadas de 1930 e início dos anos 1940, Londrina vivenciou uma transformação notável, à medida que se desenhava como uma cidade em constante evolução, tecendo sua própria história em meio a um cenário de café, migrantes e pioneirismo.
Ao contrário de seus vizinhos paulistas e dos mineiros, os paranaenses do Sul raramente aventuravam-se em direção ao Norte do Estado. Londrina não era um destino óbvio para eles. A região sulista era uma terra consolidada, com uma rica tradição cultural e econômica. A ideia de uma estrada que conectasse o sul ao norte do estado parecia quase uma quimera naquela época.
Os poucos paranaenses que ousaram vir para cá, na maioria curitibanos, o fizeram por uma razão clara: nomeações para cargos oficiais. Ao chegarem, encontraram ruas rudimentares, a maioria ainda sem o conforto dos paralelepípedos. O barro vermelho e escorregadio era a marca registrada da cidade em formação, onde o "batismo" dos pioneiros era, muitas vezes, o primeiro tombo.
O café reinava como o grande motor da economia, atraindo migrantes de todos os cantos do Brasil e imigrantes de diversas origens étnicas e culturais; gente que buscava fortuna e novas oportunidades no Norte do Estado. A geografia urbana, contudo, pouco se assemelha à que conhecemos hoje.
A avenida que hoje conhecemos como Juscelino Kubitschek atendia pelo nome de Antonina, e suas extremidades marcavam os limites de Londrina. A ferrovia, que passava onde hoje está a avenida Arcebispo Dom Geraldo Fernandes (conhecida como avenida Leste-Oeste), dividia a cidade em dois mundos distintos. De um lado, a Londrina mais populosa e desenvolvida, que viria a se tornar o centro da metrópole. Do outro, uma Londrina quase rural, menos povoada, mas que já abrigava bairros importantes como a Vila Casoni e a Vila Nova.
Esses anos marcantes na história de Londrina semearam as raízes da cidade que conhecemos. As memórias das ruas de barro e dos pioneiros que as desbravaram são testemunhos de uma época de desafios e oportunidades, de sonhos e realizações que moldaram o destino da cidade.
Fontes: Museu Histórico de Londrina Pe. Carlos Weiss / Acervo Haruo Ohara / Acervo Londrina Histórica.
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