1930
Em Londrina, entre meados dos anos 1930 e início dos anos 1960, a madeira da peroba-rosa tornou-se a espinha dorsal da construção civil e da mobília local. A árvore era retirada da mata e levada às serrarias para beneficiamento.
Sem dúvida, era a joia da coroa das matérias-primas da época. Sua utilização era tão eficiente que apenas galhos e topos eram desperdiçados. Com mais de 20 metros de altura, uma única peroba poderia dar vida a uma casa inteira, com sobras. Os pioneiros ao adquirirem seus lotes, frequentemente construíam suas moradias, e/ou construções comerciais, com a madeira que encontravam à mão.
Além de sua abundância e versatilidade, tinha uma característica única: sua madeira era imune ao ataque de cupins e outras pragas. Isso a tornava a escolha perfeita para a estrutura de sustentação das edificações, e até mesmo os tocos, sem qualquer beneficiamento, encontravam um propósito como base para vigas baldrame.
Hoje, mesmo que em pequena quantidade, algumas dessas casas históricas sobrevivem, espalhadas pelos bairros da cidade. Num trabalho de preservação histórica, por exemplo, a própria Universidade Estadual de Londrina desmontou a casa do pioneiro japonês Masato Hirazawa e a reconstruiu em seu campus.
Do que foi demolido, são diversos os casos de reaproveitamento da madeira. A Biblioteca João Milanez, conhecida como "Sala Londrina", localizada na Biblioteca Pública Municipal Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, exibe móveis feitos de peroba-rosa de demolição, criados pelo artesão Poka Marques. Na ante-sala da biblioteca, o Memorial da Peroba-Rosa conta a história de Londrina em um painel de fotos antigas emolduradas com essa madeira especial.
Poka é um pioneiro na utilização da peroba como matéria prima quase exclusiva para o trabalho artístico. Sua produção representa, nas palavras do escritor Domingos Pellegrini a “expressão de integração entre natureza e história, cultura e utilidade, autenticidade e beleza; é a civilização pé vermelho florescendo em arte a partir de suas mais profundas raízes”.
Fontes: Universidade Estadual de Londrina / Biblioteca Pública Municipal Professor Pedro Viriato Parigot de Souza / Acervo Londrina Histórica.
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