Guaravera, em sua essência, é um mosaico de ciclos que moldaram sua identidade ao longo dos anos. O povoado tornou-se distrito em 1955, a partir de terras desmembradas de Tamarana, que pertenciam aos irmãos Simões, donos de uma serraria. A área foi dividida em lotes, semeando o futuro da comunidade.

O tempo fez o distrito ver o esplendor e a decadência de culturas que o acolheram. Antes do ciclo da uva, passou do verde dos cafezais ao rami. O café, motor do desenvolvimento local até a década de 1970, cedeu espaço aos ventos da mudança com a promulgação do Estatuto do Trabalhador Rural, reconhecendo o lavrador com os mesmos direitos trabalhistas dos trabalhadores urbanos. A adaptação nas relações de trabalho não tardou. As colônias nas fazendas foram desativadas e os boias-frias tornaram-se a nova trilha da lavoura. Mas o final de uma era veio com a impiedosa geada negra de 1975. 

O rami, outrora promissor, também não durou, especialmente em razão do peso de leis aprovadas para proteger a segurança dos trabalhadores que, embora justas, inviabilizaram a continuidade do protagonismo dessa cultura.

Na década de 1990, um novo capítulo começou com o plantio da uva e a produção do vinho Guaravera. No entanto, os longos períodos de chuva, pragas e geadas impuseram sua vontade. E, então, os agricultores, resilientes como a própria terra, adaptaram-se. Milho, soja, trigo e hortaliças floresceram em seus campos. No verão, Guaravera possui como principal atividade agrícola a soja e, no inverno, o milho, o trigo e a aveia. 

Entre os distritos de Londrina, embora seja apenas o 4° lugar em extensão, Guaravera tem a maior população, possui o maior núcleo urbano e é o maior e mais diversificado em número de estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços.

Fontes: Museu Histórico de Londrina Pe. Carlos Weiss / Portal da Prefeitura de Londrina / Projeto Conhecer Londrina / Acervo Londrina Histórica.

Outras publicações: