No distante março de 1936, um sonho ganhou vida nas mãos de líderes visionários, dando origem à Sociedade Beneficente Santa Casa de Londrina, posteriormente conhecida como Irmandade da Santa Casa de Londrina (ISCAL). Sob a presidência firme de Arthur Thomas, esses homens e mulheres uniram-se em um propósito único: erguer um hospital à altura das necessidades da crescente cidade.

O 'Hospitalzinho de Madeira' da Companhia de Terras Norte do Paraná, com seus modestos 14 leitos, cedia à urgência de uma comunidade que se expandia vertiginosamente. Londrina, ainda jovem e vibrante, abria os braços para imigrantes e migrantes em busca de um novo lar. O terreno doado pela empresa colonizadora, tornou-se o solo sagrado da empreitada.

O coro dos pioneiros resultava em contribuições mensais, um gesto que transformava cada membro em um alicerce daquela obra grandiosa e urgente. Cada pedaço do futuro hospital era uma peça doada por corações generosos. Mas a comunidade ansiava por mais, e assim nasceram as promoções beneficentes. A campanha chegou a sortear um carro zero quilômetro.

Oito anos de suor, de determinação, de lágrimas e sorrisos compartilhados. E também de muita mobilização política. Até que, em 7 de setembro de 1944, a cidade comemorou a chegada do primeiro grande hospital local: a Santa Casa de Londrina. Sua arquitetura, um tributo ao estilo germânico, ergueu-se de forma simétrica, imponente, com telhados inclinados e mansardas. A torre de luz, símbolo que hoje emoldura a identidade da instituição, permanece como guardiã do legado de solidariedade.

Hoje, ao olharmos para a majestosa Santa Casa, somos lembrados de uma saga que representa a epopeia de corações altruístas, que teceram, tijolo por tijolo, o tecido de uma cidade que se orgulha de seu passado e olha confiante para o futuro.

Fontes: Irmandade Santa Casa de Londrina / Acervo Londrina Histórica.

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