Foi na edição de 25 de março de 2010, da Folha de S. Paulo, que saiu publicada a crônica especial que Sônia Sahão escreveu dedicando um olhar afetuoso sobre seu avô, Salim Sahão, um nome que, para os londrinenses, é sinônimo de tenacidade, visão e pioneirismo.

Somente certo tempo depois, Londrina ficaria conhecida como "a capital mundial do café", mas desde 1935 a cidade recém-emancipada viu sua história entrelaçada com a trajetória de Salim Sahão e sua esposa, Alice, imigrantes libaneses que aportaram nestas terras férteis. Vieram de Ibitinga, no Interior de São Paulo, e adquiriram 45 alqueires de terra.

Salim apaixonou-se pela cidade e nela encontrou seu propósito. Em 1937, ao retornar, trouxe consigo a chama do progresso, com seu toque de empreendedorismo. Montou a primeira máquina para beneficiar algodão, toda construída em alvenaria. Surpreendeu o pessoal, porque naquele momento, as edificações eram feitas em madeira. Enquanto muitos duvidavam do futuro promissor da jovem cidade, ele acreditava e investia.

O ano de 1949 viu nascer o seu projeto mais grandioso. Ousado e destemido, Salim Sahão comprou da Companhia de Terras do Norte do Paraná uma área de 9 mil m², no Centro de Londrina. E colocou em prática o plano de erguer o primeiro arranha-céu e o primeiro hotel de luxo em uma cidade que ainda carecia de infraestrutura básica, como água, esgoto e eletricidade. Determinado, ele providenciou tudo por conta própria, trazendo materiais de construção de longe, através do rio Tibagi.

O momento da inauguração do icônico edifício Sahão e do primeiro hotel, o São Jorge (depois Sahão Palace hotel), chegou em 29 de novembro de 1952, sendo prestigiado por personalidades que se reuniram para a ocasião; entre elas, muitas que haviam duvidado de tais realizações. Em sua crônica, Sônia Sahão  fez questão de citar a frase muitas vezes dita pelo avô: "Trabalhe, esta terra é abençoada, tudo o que se planta aqui, cresce e dá bons frutos". Assim, a história de Londrina se entrelaça com a história de Salim Sahão, um homem cuja visão e determinação ajudaram a moldar a cidade de Londrina.

Fontes: Folha de S. Paulo / Acervo Família Sahão / Acervo Londrina Histórica.

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