Nos arredores da avenida Leste-Oeste (trecho da antiga rua Acre) com a rua Rio Grande do Sul foi construída, no início dos anos 1940, a Serraria Mortari, considerada a primeira indústria londrinense. Enquanto se passeia pelos arredores, é possível imaginar o que um dia foi a maior serraria da cidade, operando com máquinas importadas da Itália e da Alemanha. 

A antiga serraria, primeira edificação do conjunto, foi construída originalmente em madeira. A fachada voltada para a rua Acre recebeu, em 1948, frente de alvenaria de tijolos. Muita madeira da cidade e região foi exportada por meio desta indústria. 

O conjunto de inúmeros barracões construídos em alvenaria de tijolos e a cerâmica implantada na quadra ao lado formavam o complexo Mortari. 

A Cerâmica, reconhecida como a primeira indústria de peso de Londrina, produzia uma gama diversificada de materiais, desde tijolos até telhas e manilhas. A produção de telhas francesas e paulistas era viabilizada e incrementada com a ajuda de uma prensa automática e hidráulica, articulada a esteiras rolantes. As máquinas eram importadas e contavam com tecnologia avançada. A indústria funcionou até meados dos anos 1970.

Ainda hoje, um marco dos primeiros tempos de Londrina permanece incólume. Testemunha das atividades industriais que já moldaram a história da cidade, trata-se da chaminé da Cerâmica, feita de tijolo maciço, com base de 3 metros por 3 metros. O portal da Cerâmica foi outro item preservado por ocasião da demolição dos barracões e a construção do Supermercado Condor. Estes itens fazem parte do inventário do patrimônio histórico e cultural do Município. São reconhecidos como fragmentos urbanos, por serem testemunhos da passagem do tempo e de épocas de grande desenvolvimento da cidade.

Fontes: Inventário Arquitetônico – Ficha E82 e Inventário Urbano-Paisagístico – Ficha P10 – Plano Diretor de Patrimônio Histórico-Cultural – Diretoria de Patrimônio Histórico-Cultural, Secretaria da Cultura de Londrina, 2017 / Acervo Londrina Histórica.

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