1935
Era uma época em que viajar para Londrina era um ato de aventura e descoberta. Antes da chegada da ferrovia, aqueles que desejavam adquirir terras ou trabalhar na região precisavam viajar de trem até Jataizinho, do outro lado do Rio Tibagi, e arriscar-se em uma travessia de balsas e barcos. Somente depois disso, continuavam a jornada montados em animais, adentrando o povoado. Era um longo e desafiador percurso. Em 1935, os automóveis eram considerados artigos de luxo, a gasolina era importada e as estradas eram praticamente inexistentes.
Os caminhos tortuosos eram o único meio de locomoção, até que um dia, o som distante do apito do trem ecoou pela região. A locomotiva Baldwin tornou-se a protagonista desse momento histórico. Naquela época, essa locomotiva representava o auge da inteligência e da tecnologia mecânica mundial. Era algo tão avançado que utilizava a mesma tecnologia do Titanic, com suas caldeiras a vapor.
Quase 90 anos atrás, a população de Londrina aguardava ansiosa na primeira estação ferroviária para receber a inaugural viagem oficial de trem, em 1935. A estação estava localizada em uma modesta casa de madeira que localizava-se onde hoje é o piso inferior do Terminal Urbano de Londrina, no centro da cidade. A locomotiva partiu de Jataizinho e levou quase quatro horas para chegar ao destino.
Os apitos do trem, enquanto percorria a uma velocidade de 20 quilômetros por hora, avisavam sobre a chegada da comitiva. Naquele momento, ouvia-se também os fogos de artifício e os aplausos dos londrinenses que foram testemunhar o momento histórico. A bordo do trem de passageiros, estavam representantes dos governos de Londrina e do Paraná, além da equipe diretiva da Companhia de Terras Norte do Paraná, então proprietária da ferrovia e dos trens.
Arthur Thomas, diretor da empresa colonizadora, foi um dos passageiros a desembarcar naquele dia. Conta-se que o acontecimento foi registrado em filme por Hikoma Udihara, vendedor de terras da companhia e primeiro cineasta de Londrina. Com a chegada do trem, vieram também as linhas de telégrafo, energia, mercadorias e, acima de tudo, mais conforto. Era a possibilidade de chegar à região sem ter que enfrentar atoleiros de lama ou a densa floresta. O trem representava a modernidade que finalmente chegava ao Norte do Paraná. A partir daquele momento, as cidades começaram a surgir e a população na região não parou de crescer.
Fontes: Museu Histórico de Londrina Pe. Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.
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