Era setembro de 1938, em Londrina. A cidade, com seu espírito empreendedor, estava prestes a presenciar um momento histórico: o primeiro pouso de uma aeronave em seu recém-construído aeroporto. O entusiasmo tomava conta dos londrinenses, ansiosos por testemunhar o feito. E a  inauguração foi marcada para o feriado da Independência daquele ano. Porém, logo foi adiada porque as autoridades convidadas tinham compromissos relacionados aos festejos do 7 de Setembro.

O curioso é que mesmo com o adiamento da cerimônia, houve um pouso de aeronave na Aviação Velha naquela data, conforme o jornal Paraná Norte registrou em sua edição de 17 de setembro. Segundo o impresso, o avião, pertencente à Empreza Nacional de Photografias Aéreas Ltda., sob o comando do piloto Djalma P. de Camargo, trazia como passageiro o “Sr. Vilela”, superintendente da empresa. Mesmo sem a pompa e as formalidades de uma inauguração oficial, o pouso ocorreu “às 15 horas e 30 minutos” daquele dia e  entrou para a história de Londrina.

No dia seguinte, com o tempo nublado impedindo o retorno do avião a São Paulo, o piloto decidiu convidar algumas pessoas para um voo local, uma espécie de "voo panorâmico" como conhecemos hoje. Participaram da experiência Ernesto Rosembergue, sua esposa Senta, o fotógrafo Luiz Estrella, Luiz Figueiredo e sua esposa Maria. Eles tiveram a honra de serem os primeiros passageiros a embarcar no aeroporto de Londrina, experimentando a sensação de voar pelos céus da cidade em desenvolvimento. No dia 9, sexta-feira, o avião retornou a São Paulo.

No entanto, a tão aguardada inauguração oficial do aeroporto enfrentou mais adiamentos e contratempos. A novela em torno da inauguração parecia interminável, mantendo a população em suspense. Mas, finalmente, no domingo, dia 25 do mesmo mês, a festa de inauguração aconteceu, com autoridades presentes e um público estimado de cinco mil pessoas. Mas, infelizmente, o tempo estava nublado e nenhum avião pôde pousar no campo.

A Aviação Velha teve sua época de glória entre os anos de 1938 e 1953. Com o tempo, este aeroporto desapareceu completamente, deixando apenas o nome que batiza um bairro outrora rural, mas que se vê, cada vez mais, cercado pelos condomínios de luxo da Gleba Palhano.

Fontes: Acervo Folha de Londrina / Acervo Londrina Histórica.

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