1932
Londrina é uma das poucas cidades que têm os seus primórdios registrados em imagens em movimento. Tudo começa com Hikoma Udihara. O imigrante japonês, aos 50 anos de idade, em 1932, iniciou sua saga como cineasta documentando até 1962 o interior do Brasil, mais precisamente o Norte do Paraná. A partir dos ícones do desenvolvimento da região e de situações e eventos da cultura japonesa, construiu uma obra singular dentro da cinematografia brasileira.
Ao longo de aproximadamente 30 anos, Udihara produziu cerca de dez horas de imagens em película 16mm, por onde registrou ícones do desenvolvimento de Londrina e da região e a rotina dos japoneses no Norte do Paraná. Um conteúdo que está dividido em 128 rolos. Todos mudos. A velocidade de captação das imagens era 18qps (quadros por segundo). E são produções com duração curta (máxima de 13 min e 45 segundos). Há títulos em cor e em branco e preto. Os rolos foram exibidos e armazenados sem haver montagem cinematográfica.
Por causa dessas imagens, em Londrina, o cinema nasce com filmes amadores; a exibição veio depois. Normalmente, é o contrário. As imagens do cineasta são consideradas “o ponto de partida e chegada imagética de Londrina”. Um acervo de 127 títulos que está aos poucos sendo destruído pela ação do tempo; um importante acervo fílmico, que constitui a base da memória visual em movimento de Londrina e região.
E, além do exposto, para dar o contexto da importância do acervo filmográfico de Hikoma Udihara para a cidade de Londrina, cabe citar a frase de Carlos Eduardo Lourenço Jorge – crítico de cinema e diretor da divisão de cinema da Casa de Cultura da Universidade Estadual de Londrina que, em 1994, disse: “Grande parte dos eventos do princípio de Londrina e do surgimento do Norte do Paraná foram registrados por Hikoma Udihara (...)””.
Uma parte significativa da produção cinematográfica de Hikoma Udihara deteriorou, especialmente pela ação do tempo e pelas limitadas condições de preservação do material. Em muitos desses casos, houve a perda total dos registros. Portanto, requerem e merecem atenção especial de recuperação.
Fontes: “Memória: Produção Cinematográfica em Londrina”, de Caio Julio Cesaro – monografia de conclusão do curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo, Universidade Estadual de Londrina, 1995 / “A Saga dos Japoneses no Paraná – de imigrantes a pioneiros”, de Homero Oguido. 2ª edição, Curitiba, 1.988. Gráfica Ipê. / Boletim Museu Histórico de Londrina - Londrina, v. 1, n.2, jan/jun / Museu Histórico de Londrina Pe. Carlos Weiss e Londrina Histórica / Acervo Londrina Histórica.
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