1987
No dia 10 de dezembro de 1987, por volta das 11 horas da manhã, sete homens armados invadiram o prédio de três andares da maior agência bancária de Londrina, a agência do Banestado, instituição que seria privatizada e adquirida pelo Itaú em 2000. Os assaltantes, que estavam com os rostos encobertos, renderam os vigias e anunciaram o assalto, exigindo a quantia de 30 milhões de cruzados, que na época equivalia a 10 milhões de dólares. Dentro da agência, mais de 300 pessoas, entre funcionários e clientes, foram feitas reféns.
A ordem do governador do Estado foi de pagar o valor pedido pelos bandidos. Na agência, havia 20 milhões de cruzados e então coube ao gerente literalmente sair às ruas para percorrer outras agências e coletar o dinheiro que faltava. Após sete horas, os ladrões tinham não só o montante solicitado mas também um ônibus com vidros encobertos para a fuga rumo ao estado de São Paulo, sendo esta a exigência que fizeram à polícia.
Os assaltantes deixaram o prédio levando um grupo de 14 reféns e, do lado de fora, cerca de 5 mil pessoas se aglomeraram para acompanhar o desfecho da situação. Uma multidão se formou em frente à agência, especialmente, em razão de boatos de que o assalto era uma ação contra o governo. Na época, o Brasil passava por uma forte e arrastada crise econômica que afetou toda a sociedade. O sentimento era muito negativo em relação ao sistema bancário e, então, no episódio do assalto a população ficou ao lado dos ladrões. No final, os assaltantes caminharam da agência bancária para o ônibus, conduzindo os reféns, sob uma chuva de aplausos.
A fuga durou pouco, pois dias depois, seis dos sete assaltantes foram capturados e 25 milhões de cruzados foram recuperados. O sétimo integrante da quadrilha jamais foi encontrado. Em 1988, a história foi reconstituída em um livro-reportagem escrito por Domingos Pellegrini, intitulado "Assalto à brasileira". E, trinta anos depois, com o patrocínio da Prefeitura de Londrina, via Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura), o documentário de longa-metragem "Isto (não) é um Assalto", dirigido pelo cineasta Rodrigo Grota, retratou aquele que é reconhecido como o assalto com o maior número de reféns na história criminal brasileira.
Fontes: Folha de Londrina / Acervo Kinopus Audiovisual / Acervo Londrina Histórica.
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