Elegância, talento e um compromisso inabalável com a música marcaram a trajetória de Walkyria Cortês Ferraz, uma das figuras mais influentes no cenário musical de Londrina. Professora, musicista e incentivadora incansável da arte, Walkyria foi peça-chave na formação de gerações de músicos e na consolidação de eventos e instituições que moldaram a identidade cultural da cidade.

Nascida em Curitiba, no mês de abril de 1932, dona de uma personalidade vibrante e sempre envolta em sua icônica preferência pela cor vermelha, Walkyria se destacou não apenas pela competência técnica, mas também pela forma como transformava a música em um instrumento de desenvolvimento humano. Sua atuação à frente do Conservatório Musical de Londrina e da Associação de Canto Lírico do Norte do Paraná foi determinante para fortalecer o ensino musical na região, promovendo espetáculos memoráveis e revelando talentos.

Seu nome também está diretamente ligado ao Festival de Música de Londrina, criado em 1979, evento que se tornou referência nacional e internacional na formação musical. Por sua dedicação ao festival, foi carinhosamente reconhecida como sua “madrinha oficial”, um título que sintetiza seu impacto e influência.

Além disso, Walkyria presidiu a Escola Livre de Música de Londrina, um projeto social fundado em 2002 com o propósito de democratizar o acesso ao ensino musical, atendendo crianças e adolescentes de comunidades vulneráveis. Com essa iniciativa, consolidou ainda mais seu legado, utilizando a arte como ferramenta de inclusão e transformação social.

Mesmo após décadas de atuação, manteve-se ativa, ensinando canto e técnica vocal desde 1969. Sua orientação e sensibilidade ajudaram a lapidar jovens promissores que levaram a música brasileira a palcos do mundo todo. Para Walkyria, a música era mais do que uma arte: era um elo entre as pessoas, como gostava de dizer em sua célebre frase: "A mais difícil das artes é a arte de conviver." Walkyria Cortês Ferraz foi casada com o médico Alceu Serpa Ferraz. Ela faleceu no dia 10 de abril de 2022, aos 90 anos. 

Fontes: Mulheres de Londrina-Pilares de uma Cidade, página no Facebook / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.