Imigrante libanês nascido em 19 de janeiro de 1900, em Hasbaya, Salim Sahão desembarcou no Brasil em 30 de janeiro de 1921, deixando para trás o pequeno vilarejo de sua infância para buscar oportunidades em terras distantes. Trabalhou no armazém de um tio em Ibitinga, São Paulo, e, logo, sua inquietude o impulsionou a abrir seu próprio negócio.

Trabalhador incansável, Salim prosperou rapidamente, acumulando propriedades e inaugurando uma máquina de beneficiar café em Guarantã. Contudo, o colapso financeiro de 1929 golpeou sua trajetória ascendente, levando-o a perder tudo. A resiliência, contudo, era uma marca de sua personalidade. Com determinação, levantou-se novamente. Em 1935, Salim Sahão chegou a Londrina, a nova terra prometida, com 45 alqueires de terra adquiridos de antigos funcionários e o desejo ardente de recomeçar.

Não demorou para que a cidade jovem fosse moldada por sua visão. Ele construiu a Máquina de Café Santa Maria em 1937 na rua Paraíba e, em 1943, o ambicioso conjunto de três armazéns geminados, estrategicamente posicionados ao lado da ferrovia. Cada tijolo era um símbolo de sua crença no potencial de Londrina. Em 1946, construiu sua residência, um palacete de 30 cômodos, na rua Maragogipe. 

Conhecido por sua ousadia nos negócios, nos anos 1950, ele idealizou o hotel São Jorge, um empreendimento luxuoso que desafiava a infraestrutura precária da cidade. Sem energia elétrica suficiente, ele adquiriu seu próprio gerador; sem saneamento básico, contratou caminhões-tanque para lidar com os resíduos. Era o homem que via adiante e se recusava a esperar que as condições fossem ideais. 

Salim Sahão faleceu em 11 de novembro de 1977, aos 77 anos. A trajetória de Salim está descrita no livro “ Salim Sahão, Meu avô”, escrito por Sonia Sahão.

Fontes: Sahão, Sonia. Salim Sahão, Meu avô / Boni, Paulo César; UNFRIED, Rosana Reineri. Memórias Fotográficas. Londrina: Eduel, 2012. / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.