1947
Nascida em Pindamonhangaba, no interior do estado de São Paulo, em 10 de março de 1918, Casuhê Yassuda Udihara carregava consigo não apenas a herança de seus pais, imigrantes japoneses que aportaram, em 1905, no Brasil antes da grande onda migratória iniciada em 1908, mas também uma vocação inata para a educação e a filantropia. Seu pai, um dos arquitetos do plano de imigração japonesa ao Brasil, plantou as sementes do que seria uma vida dedicada ao serviço dos outros, um legado de amor e determinação.
Em uma época em que poucas mulheres tinham acesso à educação superior, especialmente as mulheres japonesas, Casuhê teve o apoio familiar para os estudos. Formou-se na Escola Normal de Pindamonhangaba em 1934. Foi para a capital paulista, onde cursou Pedagogia na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras e, mais tarde, obteve um diploma em Higiene Ocupacional pela Universidade de São Paulo (USP), consolidando seu compromisso com a educação e a saúde pública.
O ano de 1947 marcou um novo capítulo em sua vida. Recém-casada com o médico pediatra Isao Udihara, veio para Londrina. Seu sogro, Hikoma Udihara, o corretor de terras e propagandista introdutor da presença dos japoneses no Norte do Paraná, foi quem estimulou o jovem casal a mudar de cidade e começar uma nova vida em uma “terra de oportunidades”.
Foi confrontada com a dura realidade da vida em uma Londrina ainda em formação, caracterizada pela falta de infraestrutura básica e pela poeira vermelha que cobria tudo. Não havia calçamento nas ruas e muito menos calçadas na frente das casas. Então, Casuhê reclamava e, nessas horas, o sogro lhe dizia para não se assustar com a cor da terra e a poeira. ''Respire fundo, porque essa poeira é como ouro”, um símbolo de prosperidade e desafios a serem superados.
Fontes: “História falada, história escrita: catálogo”. Museu Histórico de Londrina, Universidade Estadual de Londrina; projeto "Conservação e preservação de depoimentos gravados em fitas cassete e VHS" [por] Francisco Senra Neto, coordenação de Edméia Aparecida Ribeiro e Rosangela Ricieri Haddad. – Londrina: Museu Histórico de Londrina, 2020. / Acervo Londrina Histórica.
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