A jornada de um fotógrafo alemão ao Brasil

1934


No alvorecer do século XX, a Europa ressentia-se das feridas abertas pela I Guerra Mundial. Carlos Ricardo Stenders (Karl Richard Stenders), nascido no ano de 1900 em Krefeld - cidade alemã localizada próximo à Düsseldorf e à fronteira com a Holanda - cresceu sob a sombra desses tempos conturbados. Como muitos de seus contemporâneos, Stenders buscava um recomeço, um lugar onde pudesse construir um futuro longe das adversidades políticas e econômicas que marcavam sua terra natal. Essa busca o levou ao Brasil em 1920, um país então percebido como uma terra de promessas e oportunidades inexploradas.

Desembarcando em um país cuja realidade pouco se assemelhava àquela que havia deixado para trás, Carlos deparou-se com uma agricultura ainda em seus estágios rudimentares. Para alguém com formação em agronomia, o trabalho no campo brasileiro se mostrou árduo e pouco atraente. Movido por sua paixão pela fotografia, uma arte que havia cultivado desde jovem, Stenders decidiu trilhar um novo caminho. A cidade de Blumenau, em Santa Catarina, tornou-se o palco onde começaria a construir sua reputação como fotógrafo.

Nesse período, Blumenau era uma cidade em efervescência cultural, marcada pela influência germânica de seus colonizadores. Stenders, com seus "excelentes equipamentos fotográficos", encontrou um terreno fértil para a prática de sua arte. Em meio à comunidade local, não demorou para que seu trabalho ganhasse destaque, capturando não apenas eventos e paisagens, mas a essência da vida cotidiana e das tradições da região.

A virada na história de Carlos Stenders ocorreu em 1925, quando o adoecimento de sua mãe o levou a retornar à Alemanha. De volta ao seu país de origem, não deixou a fotografia de lado; ao contrário, expandiu seu escopo para o fotojornalismo esportivo, desenvolvido próximo à cidade de Colonia. 

Fontes: Choma, Daniel; Costa, Tati; VIEIRA, Edson Luiz (orgs.) Revelações da História: o acervo do Foto Estrela. 2ªed. Londrina: Câmara Clara, 2012. / Acervo do Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.



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